Manifestantes tentaram impedir que repórteres e fotógrafos registrassem a saída dos ativistas do presídio, o que motivou o tumulto.
Um tumulto
marcou a libertação dos ativistas Igor Pereira D'Icarahy, Elisa Quadros Pinto
Sanzi, conhecida como Sininho, e Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, presos há
13 dias no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio.
Manifestantes
tentaram impedir que repórteres e fotógrafos registrassem a saída dos ativistas
do presídio, o que motivou o tumulto. A saída dos três ativistas ocorreu no
início da noite de ontem, quinta (24), pouco mais de 24 horas depois da concessão do habeas
corpuspela Justiça do Rio. Um oficial de Justiça chegou à unidade
às 16h com o alvará de soltura para liberar os três manifestantes.
Sob
aplausos e palavras de ordem contra a imprensa e a polícia, cerca de 30
manifestantes aguardaram durante todo o dia a saída dos presos. Igor foi o primeiro
a deixar o complexo, seguido por Camila e Elisa. O tumulto começou quando
Sininho, a última a deixar a prisão, seguia escoltada pelos manifestantes até
um carro. Entre chutes e empurrões, manifestantes e repórteres só encerraram a
confusão quando o carro em que a jovem estava deixou o local.
O advogado
dos três ativistas, Marino D'Icarahy, pai de Igor, criticou a demora do sistema
carcerário para a liberação do alvará de soltura. "Depois de outra guerra,
conseguimos a liberação do alvará. Parecia que o Estado não queria liberar e
fez de tudo para atrasar a saída deles. A polícia está contrariada em ver a
soltura deles. Por três vezes consideraram essa prisão ilegal, com habeas corpus contra a [prisão] preventiva de cinco
dias, contra a prorrogação desta e contra a temporária. O que eu estou falando
desde o primeiro minuto foi considerado três vezes ilegal pela Justiça",
disse.
Na última quarta-feira (23), o desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro, concedeu o habeas corpus aos 23 ativistas que tiveram prisão preventiva
decretada, permitindo a eles o direito de aguardar em liberdade o julgamento do
mérito. No entanto, o grupo de ativistas terá que cumprir uma série de
condicionantes, como se apresentar ao juízo procedente todo mês para justificar
e informar atividades e entregar o passaporte em um prazo de 24 horas. Eles
também estão proibidos de deixar o estado ou o país sem autorização prévia da
Justiça.
Fonte: Agência Brasil
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