Protesto de
taxistas em Lisboa, capital de Portugal, reúne
entre 3 mil e 4 mil. (Foto: Rodrigo
Cabrita/France Presse)
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'Uber é ilegal' e 'Uber é crime
nacional', repetiam os motoristas. Taxistas trafegaram lentamente ou pararam em
Lisboa, Porto e Faro.
Milhares de motoristas de táxis se
concentraram nesta sexta-feira (29) nas principais cidades de Portugal para
protestar contra o serviço de transporte particular Uber, em uma manifestação
que complicou o trânsito e que foi qualificada de histórica pelos
organizadores.
As associações do setor previam a
participação de, aproximadamente, 6 mil taxistas em Lisboa, Porto e Faro. Desde
o início da manhã, eles dirigiram lentamente por algumas das principais ruas
afirmando que o aplicativo é ilegal no país.
A maior concentração foi na
capital, onde o trânsito ficou praticamente bloqueado. Motoristas circularam
com adesivos, cartazes, fitas pretas e placas em seus carros para denunciar que
a plataforma Uber promove concorrência desleal.
"Uber é ilegal" e
"Uber é crime nacional" foram as frases mais repetidas entre os
taxistas, que lembram que para exercer a profissão, é exigida a compra de uma
licença, enquanto os motoristas do Uber não necessitam dela. A plataforma opera
em Portugal desde julho de 2014, mas a situação ficou mais delicada no final
daquele ano, quando a empresa lançou seu serviço mais econômico, o Uber X.
Uma sentença judicial divulgada no
ano passado obrigou a empresa a suspender as operações no país. No entanto, ela
recorreu a um tribunal de segunda instância e continuou funcionando. Alegou que
a decisão se dirigia a uma entidade jurídica equivocada (a Uber Technologies
Inc., com sede nos Estados Unidos, e não a Uber Holanda, responsável pelo
funcionamento em Portugal).
O governo português, por meio de
seu ministro do Meio Ambiente, João Matos Fernandes, garantiu em março deste
ano que a plataforma é "ilegal" e prometeu mais controles para
impedir seu trabalho.
Uma pesquisa publicada hoje pela
revista "Expresso" revela que 72,3% dos portugueses aprovam o Uber e
9,8% são contrários ao serviço. Devido ao tamanho do protesto, a polícia
aconselhou a população a utilizar o transporte público hoje.
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