Perto da Marques de Sapucaí,
motoristas usam tabela que foi na verdade criada pela SMTR
Quem foi ao Sambódromo na primeira
noite do desfile das escolas de samba do Grupo Especial acabou encontrando um
antigo problema: taxistas cobrando preços extorsivos pelas corridas, sem
qualquer repressão da Prefeitura. Numa fila com ao menos 12 táxis amarelos parados
na Rua Paula Matos, paralela à Marquês de Sapucaí, motoristas estabeleciam
o preço das corridas previamente. Usavam como base a tabela que a Secretaria
Municipal de Transportes (SMTR) criou, na verdade, para os veículos executivos,
e não para os táxis amarelos. Com isso, as corridas saíam por no mínimo, três
vezes o valor real.
Uma viagem do Sambódromo
ao bairro do Cachambi, por exemplo, que com a Bandeira 2 liberada ficaria por
R$ 38 em táxi amarelo, não saía por menos de R$ 111. "Isso é um roubo. Não
é possível que a polícia não esteja vendo isso", reclamava a auxiliar de
enfermagem Marina Duarte. Uma viagem da Passarela do Samba ao bairro do
Estácio, a menos de um quilômetro dali, custava R$ 48.
Alguns taxistas davam preços para
as corridas aleatoriamente, citando uma "tabela" municipal, mas com valores que
não constavam de qualquer documento. Havia também motoristas que diziam servir
ao aplicativo Uber, mas só aceitavam corridas para a Zona Sul.
Para evitar justamente a cobrança
de preços extorsivos em corridas de táxi, a Prefeitura liberou no início do ano
a utilização da Bandeira 2 para táxis amarelos. Para táxis executivos, a SMTR
publicou uma tabela no Diário Oficial, no dia 18 de janeiro. É esta tabela que
os táxis amarelos estavam usando para estabelecer o valor das
corridas na primeira noite do Grupo Especial do Sambódromo. Não havia no local
qualquer ação de fiscalização da Prefeitura.
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