Em São João de
Meriti, são distribuídas apenas 20 senhas por dia.
Um problema que
tem tirado o sossego da população do Rio de Janeiro são as longas filas para o
seguro-desemprego. Na madrugada desta sexta-feira (28), uma equipe do Bom Dia
Rio esteve num posto de atendimento em São João de Meriti, na Baixada
Fluminense, e encontrou pessoas dormindo na calçada, sem nenhum tipo de
segurança, a espera para conseguir um direito básico do trabalhador.
Na calçada do
Sistema Nacional de Emprego (Sine), em frente ao Posto de Vilar dos Teles, eles
são números de uma longa espera. “Eu cheguei aqui às 19h de ontem. Já sabia que
iria virar a noite. Achei um papelão na esquina para improvisar e não passar
frio. Eu me sinto humilhado com essa situação”, disse Inácio Silva.
Agora
multiplica isso por três, porque é a terceira tentativa do seu Inácio para dar
entrada no seguro desemprego. “A primeira vez eu cheguei aqui às 5h, mas tinha
muita gente e eu fui embora. Ontem eu cheguei 1h40, mas também já tinha muita
gente e eu voltei para casa.”, completou Inácio.
Num cenário
como este as histórias se repetem. O Sérgio, demitido no mês passado, já tentou
dar entrada no benefício duas vezes. Ele passa a noite sem dormir para tentar
ser atendido às 9h e ainda corre para um “bico”, que começa uma hora depois.
“Estou fazendo
bico em uma obra. Estou precisando. Estou virando a noite aqui e tenho que
trabalhar amanhã cedo”, disse Sérgio Barbosa.
Todas as
pessoas da fila disseram que entraram no site do Ministério do Trabalho para
fazer o agendamento, mas a página estava fora do ar. A Ana Cristina disse que
conseguiu acessar a alguns dias, mas a data disponível para o posto de
atendimento que ela queria era para daqui a dois meses. “O prazo é curto para
dar entrada no seguro, não tem como aguardar”, disse Ana Cristina.
Vários
telespectadores enviaram vídeos e mensagens para o Whatssap da TV Globo
reclamando dos problemas para agendar o atendimento pelo site. O jeito
encontrado por algumas pessoas é procurar os postos no interior do estado, como
Miguel Pereira e Itaperuna. Entretanto, nem todo mundo tem dinheiro para
viajar.
“Café,
rosquinha, tem tudo aqui. Só assim pra aguentar o frio. As pessoas da faculdade
aqui de perto ficam com medo pensando que somos moradores de rua”, disse Ana
Cristina.
No posto
visitado pela equipe do Bom Dia Rio, só são atendidas 20 pessoas por dia. Os
desempregados tentam se organizar entre eles, mas na maioria das vezes ainda há
confusão.
“Tem duas
pessoas, mas na verdade elas estão guardando lugar para mais duas ou três
pessoas e quem está no final da fila sofre essa consequência”, disse um
trabalhador.
O Ministério do
Trabalho afirmou que houve diminuição de 9% nos pedidos de seguro-desemprego no
Rio. O volume total de solicitações, entre janeiro e julho de 2015, foi de
348.720, contra 378.849 do mesmo período do ano anterior.
“É horrível,
uma situação é constrangedora, horrível”, completou Ana Cristina.
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