(Foto: Júnior Costa/G1) |
Uma
auditora fiscal do Ministério do Trabalho da Região dos Lagos do Rio foi presa
em flagrante na manhã de ontem, terça-feira (16), dentro da delegacia regional no
bairro Imbetiba, em Macaé. Márcia Cristina Bessa de Souza, 51 anos, servidora
desde 1996, recebeu voz de prisão no momento em que recebia R$ 9 mil de propina
de um empresário, dono de um restaurante. Segundo a denúncia, ela exigiu
propina para não autuar o estabelecimento e o empresário por problemas
trabalhistas.
O
empresário denunciou à Polícia Federal a coação na última segunda-feira (15) e
combinou um ponto de encontro com a auditora para a entrega do dinheiro. Os
policiais ficaram à paisana, dentro da delegacia regional, até o recebimento da
quantia. Foram entregues R$ 3 mil em espécie e outros dois cheques no valor de
R$ 3 mil cada um. Após a voz de prisão ela foi encaminhada para a delegacia da
Polícia Federal de Macaé. O delegado federal Julio Ribeiro informou que teve uma grande surpresa ao ver a
folha de pagamento da auditora fiscal, que chega a R$ 20 mil por mês, quase R$
17 mil líquido.
"As
pessoas que foram extorquidas estão sendo chamadas para depor. São quatro
denúncias contra a auditora fiscal do trabalho. Ela possui 20 anos de função.
No momento em que o empresário deu o dinheiro ela foi presa", explicou o
delegado.
(Foto: Júnior Costa/G1) |
O
delegado chefe substituto Luiz Gustavo de Souza disse que ela foi autuada em
flagrante e responderá por corrupção passiva. Como colaborou com a
investigação, o empresário, que não será identificado, não responderá ao
processo. "Além
da quantia de R$ 9 mil, foram encontrados com ela outros cheques que serão
investigados. É possível que outras pessoas estejam envolvidas, mas as
investigações vão apontar se houve outros envolvidos ou não", explicou
Luiz Gustavo.
O
delegado disse ainda que não foi arbitrada fiança pela Polícia Federal e que
ela será transferida para o presídio feminino em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Ela
foi enquadrada no art. 317 e, se condenada, pode pegar até 12 anos de prisão.
O chefe do
Setor de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Augusto Pinto,
disse "que Marcia Cristina já estava sendo investigada administrativamente
pois sua conduta não condizia com as normas impostas pela chefia. Além de já
ter sido denunciada por tentativa de suborno, mas ainda não tínhamos conseguido
provas".
Augusto
disse ainda que o Ministério do Trabalho está oferecendo todas as informações
possíveis sobre a conduta da servidora para a Polícia Federal com o objetivo de
colaborar com as investigações.
No
momento em que aguardava para prestar depoimento, Augusto Pinto recebeu
ligações de Brasília solicitando dados da investigação administrativa e contato
com a Polícia
Federal para a
instauração de um processo administrativo, que pode acarretar com a demissão da
servidora.
O
advogado de Maria Cristina Bessa esteve na sede da Polícia Federal em Macaé, mas não conversou com a imprensa.
Fonte: G1 Região dos Lagos
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