Pedido foi feito durante o feriado que marca o fim do mês
sagrado do Ramadã
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações
Unidas) pediu um "cessar-fogo humanitário imediato e incondicional"
em Gaza, em comunicado que foi criticado tanto por israelenses quanto por
palestinos.
A sessão de emergência do conselho, realizada na
madrugada desta segunda-feira (28) em Nova York, apoiou um comunicado
redigido por Ruanda, que ocupa a presidência rotativa do grupo, pedindo a
interrupção das hostilidades durante o feriado islâmico do Eid al Fitr, que
marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
No fim de semana, tréguas foram oferecidas tanto por Israel
quanto pelo grupo palestino Hamas, mas as operações do Exército israelense e o
lançamento de foguetes por militantes palestinos continuaram.
Mais de mil palestinos, a maioria civis, e 43 soldados e
dois civis israelenses morreram na ofensiva, iniciada em 8 de julho. Um
tailandês em Israel também morreu.
O Conselho de Segurança da ONU pediu uma trégua
"duradoura" baseada em uma iniciativa egípcia, segundo a qual o fim
das hostilidades abriria caminho para negociações sobre o futuro de Gaza,
incluindo a abertura das fronteiras do território.
O comunicado destacou que "instalações civis e
humanitárias, incluindo as da ONU, devem ser respeitadas e protegidas" e
enfatizou a necessidade do "fornecimento imediato de assistência
humanitária à população palestina na faixa de Gaza".
O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que o
comunicado não fez avanços e que era necessária uma resolução formal exigindo a
retirada das forças israelenses de Gaza.
"Eles deveriam ter adotado uma resolução há mais tempo,
condenando esta agressão e pedindo que esta agressão pare imediatamente",
disse.
O representante de Israel na ONU, Ron Prosor, qualificou o
comunicado de tendencioso, por deixar de mencionar o lançamento de foguetes por
militantes palestinos contra o território israelense.
"Milagrosamente, o texto não menciona o Hamas",
protestou Prosor.
Trégua na madrugada
O Exército de Israel informou que um novo ataque de foguete
foi realizado na manhã desta segunda-feira. O armamento atingiu uma área no sul
de Israel.
Os confrontos na faixa de Gaza pararam durante a madrugada,
segundo o correspondente da BBC em Gaza Martin Patience. Mas, com tantas mortes
e tanta destruição, há pouco o que celebrar no feriado do Eid em Gaza, disse
ele.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu um
cessar-fogo humanitário imediato e incondicional durante telefonema com o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no domingo.
Segundo a proposição do líder americano, uma solução de
longo prazo deveria "permitir que palestinos em Gaza tenham vidas
normais" e "assegurar o desarmamento de grupos terroristas e a
desmilitarização de Gaza".
Israel lançou ataques com o objetivo declarado de
interromper o lançamento de foguetes contra Israel pelo Hamas, o grupo islâmico
que controla Gaza.
No dia 18, o país expandiu suas operações com uma ofensiva
terrestre, justificando-a com o argumento de destruir os túneis construídos por
militantes para entrar em Israel.
Apesar das crescentes preocupações com perdas militares, o
apoio em Israel à ofensiva segue alto, segundo a correspondente da BBC em
Jerusalém Bethany Bell, já que as pessoas veem o país sob ataque.
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